Breve metáfora sobre a revolta dos humanos

Breve metáfora sobre a revolta dos humanos


Os homens que, há mais de 20 mil anos A.C., desenharam as figuras rupestres do Côa são, no essencial, exactamente os mesmos que os homens que as visitam, na actualidade; os mesmos anseios de sobrevivência, as mesmas necessidades de alimentação, de abrigo, de segurança, de saúde, de família, de amor, de amizade, de realização pessoal, de reconhecimento, de transcendência, de busca de sentidos para a vida, etc. Mas o resultado está à vista: o hiper individualismo, o relativismo moral exacerbado, a dramática incapacidade Homem contemporâneo, de discernimento moral (identificar o bem e o mal); a perversa dúvida instalada sobre o que é o homem, o que é a mulher, com efeitos devastadores, principalmente nas crianças e jovens; a proposta equivocada e perversa (mas adocicada) do conceito de liberdade como fim em si mesmo e com a inevitável elevação do mesmo a valor absoluto; a denominada cultura do desejo convertido em direito; a degradação, cada vez mais difícil de mascarar, do processo democrático; a ascensão da media, não como factor equilibrador e essencial numa verdadeira democracia, mas como instrumento de manipulação e perversão da realidade e da verdade das coisas; a destruição da família como pilar básico da sociedade, com a consequente e inevitável falência da Escola; a falta da mais básica solidariedade e simples empatia pelos dramas do próximo, particularmente do mais frágil (a informação transformou-se em mero entretenimento); o desaparecimento do sentido da existência; numa palavra, o caos generalizado. O pensamento cristão tem a sabedoria acumulada de séculos e séculos de existência; o pensamento cristão é extraordinariamente fecundo, criador e fundador; o pensamento cristão interpreta a realidade a partir da verdade das coisas, podendo ser incorporado em todas as dimensões da vida humana; o pensamento cristão retira-nos as vendas dos olhos e abre-nos a porta da gaiola das ideologias; o pensamento cristão faz-nos perceber o mundo de uma maneira radicalmente diferente.

Author: Pedro Saraiva Ferreira


Published at: 2025-09-19 23:10:34

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