Ao adotar retórica datada e alinhar-se a fóruns e posições abertamente críticas a Washington, o governo brasileiro afasta-se de um aliado histórico e de um investidor central, num momento em que o sistema internacional vive transição incerta. A ascensão de potências como China e Índia, a proliferação de arranjos alternativos como os BRICS e a perda de vigor dos organismos multilaterais corroem a arquitetura construída no pós-guerra. Aqui cabe lembrar Gramsci: “O velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer; nesse interregno, surgem os fenômenos mórbidos mais variados.” Esse interregno geopolítico é fértil para o avanço do unilateralismo, do protecionismo e da desconfiança — venenos para relações bilaterais que dependem de estabilidade e longo prazo.
Author: Da Redação
Published at: 2025-08-20 16:11:33
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