Ora Tavares foi buscar dois dos fundadores do Bloco, que voltam a ser candidatos a deputados numa altura de crise para o partido — Fernando Rosas e Francisco Louçã — para defender a ideia de que, mesmo que o BE não defenda diretamente a saída de Portugal do euro, está bem mais longe da ideia de uma Europa unida e articulada do que o Livre — para isso, lembrou que Rosas, durante a discussão do referendo do Brexit, disse que não se devia chorar uma lágrima pelo fim da UE e que Louçã chegou a escrever um livro sobre o “novo escudo”. Nos outros temas, que ocuparam todos juntos menos de metade do debate, não foi assim: na proposta para impor leques salariais nas empresas, ambos estão de acordo e acreditam que é preciso desenhar leis que não permitam que os gestores contornem as regras (“temos de acabar com os diferenciais obscenos que criam uma casta à parte de CEO’s”, justificou Tavares); sobre modelos “cooperativos” na economia e apoios para salvar empresas insolventes, entregando a gestão aos trabalhadores, mais acenos de cabeça e sinais de concordância. Nós, no Livre, acreditamos na construção das instituições que conseguimos conquistar, a duras penas, após a Segunda Guerra Mundial, a União Europeia, como a ONU, como a OCDE, e dissemos desde o início que é através delas que nós conseguimos substituir uma globalização que é injusta e que é desregulada por uma globalização que seja justa.
Author: Mariana Lima Cunha
Published at: 2025-04-14 22:44:46
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