A publicação norte-americana questionou a segurança de dados dos brasileiros com a introdução de sistemas de vigilância com tecnologia chinesa e classificou a compra como "um desafio crítico para a segurança nacional e os valores democráticos".Em entrevista à Sputnik Brasil, Marianna Braghini, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas e analista de desenvolvimento tecnológico, explica que a narrativa oficial dos EUA mostra que até a segurança local de um bairro é alvo de disputa geopolítica. Essa tentativa de demonstração de hegemonia, por sua vez, pode afastar nações do Sul Global, que vão buscar soluções entre si.IA na segurança pública é virada de chave para o Brasil?O acordo com as chinesas Dahua e Hikvision fizeram o governador Castro dizer que os serviços de inteligência artificial (IA) serão "um divisor de águas na segurança pública" do estado, que há décadas luta contra facções ligadas ao tráfico de drogas e, mais recentemente, contra a milícia.Soluções como essa, ancoradas no monitoramento da cidade com câmeras de reconhecimento facial, não são novidade no Brasil. A analista acredita que essas empresas de tecnologia vendem soluções generalistas que podem não ser as melhores para determinado grupo.A pesquisadora também aponta para um "extrativismo de conhecimento" às custas da população, com a proliferação desses recursos por IA nas ruas brasileiras, já que esse tipo de ferramenta se aperfeiçoa e ganha valor com o acúmulo de dados e seu tratamento.Embora reconheça questões a serem consideradas em relação à tecnologia de reconhecimento facial, amplamente difundida nas grandes cidades, Braghini também aponta o lado positivo desse tipo de sistema.Produtos chineses são melhores, afirma especialistaTambém em entrevista à Sputnik Brasil, o mestre em estudos marítimos e administrador do canal Base Militar Vídeo Magazine, Felipe Salles, afirmou que a tentativa de desvalorização norte-americana da tecnologia chinesa é puramente comercial.Salles também enalteceu a tecnologia chinesa de monitoramento e questionou o argumento estadunidense de uma suposta utilização dessa tecnologia por parte de Pequim para espionagem, uma vez que Washington já foi apontada por tal artimanha.Para Salles, as questões de privacidade devem ser centrais nas discussões sobre o uso de sistemas de vigilância com tamanha amplitude.
Author: Lucas Ferreira
Published at: 2025-09-02 20:32:51
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