Nem a paleta esverdeada que evoca a decomposição de um sistema corroído por omissões, nem o cenário grotesco de um banheiro desativado onde funcionam as investigações, metáfora pungente para aquilo que o Estado preferiu descartar, mas que ainda pulsa e exige ser reexaminado. Como em “Mare of Easttown” ou na primeira temporada de “True Detective”, o impacto aqui não é decorativo: é um acerto de contas entre espectador e personagem, entre aquilo que queremos sentir e o que a série permite que sintamos. Não é por apelo visual nem por campanha publicitária que a série figura entre as mais vistas da Netflix, é pela força de um universo que não oferece escapatória.
Author: Fernando Machado
Published at: 2025-07-12 20:18:17
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