A poeta trágica argentina que redefiniu a literatura latino-americana morreu de overdose aos 36

A poeta trágica argentina que redefiniu a literatura latino-americana morreu de overdose aos 36


Em “Árbol de Diana” (1962), “Los Trabajos y las Noches” (1965), “Extracción de la Piedra de la Locura” (1968) e “El Infierno Musical” (1971), o poema breve é câmara de compressão: no espaço exíguo, crescem vozes e duplos; a infância volta com os sapatos molhados; o corpo pede ar; o sono, remendado por comprimidos, rasga no meio da noite. No Brasil, essa presença ganhou corpo a partir de 2018: a Relicário Edições lançou versões bilíngues, com prefácios e posfácios de poetas e pesquisadoras, e as traduções de Davis Diniz deram nova respiração a “Árvore de Diana” e “Os Trabalhos e as Noites” (2018), depois a “Extração da Pedra da Loucura” (2021) e “O Inferno Musical” (2021). A restituição póstuma de “Textos de Sombra y Últimos Poemas” (1982) e “Obras Completas” (1994), ao lado da circulação renovada de “La Condesa Sangrienta”, “Árbol de Diana”, “Los Trabajos y las Noches”, “Extracción de la Piedra de la Locura” e “El Infierno Musical”, deslocou sua presença do culto de poucos para um território amplo: programas universitários na Argentina, no Brasil, no México, na Espanha e nos Estados Unidos; antologias que a fixam; leitores que encontram, nessa economia sem sobras, um modo de dizer o indizível.

Author: Revista Bula


Published at: 2025-08-17 18:03:07

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