A ordem é atacar: ao ocupar a Cidade de Gaza, Israel se distancia ainda mais da paz

A ordem é atacar: ao ocupar a Cidade de Gaza, Israel se distancia ainda mais da paz


É ação de elevado grau de periculosidade, tanto assim que o próprio chefe do estado-­maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), Eyal Zamir, publicamente rechaçou a ideia, alertando que a operação poderia manchar ainda mais a imagem do país e traria riscos adicionais aos reféns, nas mãos do Hamas desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista empreendeu o bárbaro ataque que levou 1 200 pessoas à morte. O Hamas até já sinalizou que deixaria o comando da estreita faixa de terra espremida entre o Mar Mediterrâneo e Israel, mas essa é só uma fração de um enrosco bem maior: não há plano concreto para o dia seguinte a uma eventual saída de cena israelense — esta, aliás, uma contenda à parte, já que Netanyahu fala em permanência do IDF em nacos do território que chama de “bolsões de resistência”. Mesmo com a pressão interna e externa nas alturas, Netanyahu justifica sua estratégia dizendo que a tomada da Cidade de Gaza sufocará de vez o Hamas, o que contraria o que quase todos os observadores ressaltam: segundo eles, o grupo terrorista já está fraco o suficiente e varrê-lo 100% do mapa do Oriente Médio é uma ambição inexequível, dada sua capacidade de cooptar novos integrantes.

Author: Caio Saad


Published at: 2025-08-16 11:00:59

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