A força das coisas

A força das coisas


O projecto de impor uma forma de mundialismo político-económico de hegemonia americana, a que os neoconservadores quiseram dar a respeitabilidade de cruzada ideológica, democrática e humanitária, esse projecto de fazer do mundo um grande mercado unificado em que a economia e a pretensa racionalidade da economia dominassem e comandassem o político, o ético e o social, encontrou aliados nos partidos do centrão europeu. O macroterrorismo jihadista e as medidas de excepção que legitimou para o combater ajudaram a justificar as guerras que, dos Balcãs ao Médio Oriente, à custa de centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados, quiseram impor o “modelo americano”, sem olhar ao absurdo que, pelo desafio à História e aos costumes, representava a sua implantação artificial em muitas latitudes. Não há acrobacia interpretativa dos catedráticos do comentário que consiga iludir o facto de que em Portugal, no Domingo, se fez história: os eleitores dos partidos da Esquerda, moderada ou radical, não chegaram a um terço dos votantes – do PS ao PAN, passando pelo Livre, o novo berloque da Esquerda que, com uma subida de 4 para 6 deputados, mantém viva a fé progressista não se sabe bem em quê.

Author: Jaime Nogueira Pinto


Published at: 2025-05-23 23:18:53

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